sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Os Dois Feiticeiros

Autor: António Torrado
Ilustrador: Cristina Malaquias
Eram dois feiticeiros. Detestavam-se. Uma chamava-se Xarabim e o outro chamava-se Zipalam. Ambos fabricavam feitiços e usavam palavras mágicas, daquelas de pôr a arder uma árvore, sem quê nem porquê, só por efeito de um gesto e um bichanar de lábios que acordam labaredas. Eram os dois muito competentes nas suas magias. Um dia, tinha de acontecer, um dia, defrontaram-se. Duelo terrível. Fugiram , à sua volta, pessoas e bichos. Só ficaram os mágicos, um diante do outro. Xarabim ameaçou: - Vou transformar-te em sapo. Belg… Zelg… Velg… À última palavra dita e o Zipalam passou a ser um sapo que metia medo. Mas o sapo Zipalam falava. Deitou uma enorme língua na direcção do adversário e silvou: - Vou transformar-te em ratazana. Vong… Bong… Tong… À última palavra e o Xarabim passou a ser uma ratazana de muito mau aspecto. Mas a ratazana Xarabim também falava. Ergueu o focinho, na direcção do inimigo, e bufou: - Pois eu a ti vou transformar-te num insignificante rato cinzento. Trag… Trig… Trug… Assim foi. Ficou um ratito, diante de uma ratazana. E o combate podia continuar, sabe-se lá até quando? Podia continuar, não fosse, nesse momento ter, aparecido a cadela Nina, caçadora de tudo o que corre, rasteja e mexe. Com total desrespeito pelas artes mágicas, a cadela Nina deu, logo ali, cabo do rato e da ratazana. Para sempre.

O nosso desfile de Carnaval

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Dinamização da Leitura - Hoje Há Palhaços


O PALHAÇO RI

No circo cheio de luz
há tanto que ver!...

Senhores!
- grita o palhaço da entrada
todo listado de cores
- Entrai, que não custa nada!
À saída é que se paga.

Ri, palhaço!

O palhaço entrou em cena,
ri, cabriola, rebola,
pega fogo à multidão.

Ri, palhaço!

Corpo de borracha e aço
rebola como uma bola,
tem dentro não sei que mola
que pincha, emperra, uiva, guincha, zune, faz rir!

Ri, palhaço!

José Régio

Ler é Aprender!

Ler é Sonhar!

Ler é divertir!

Quem é o Rei?



Autor: António Torrado
Ilustrador: Cristina Malaquias

O velho leão acordou mal disposto. Para desanuviar o corpo e o espírito saiu da gruta e, majestosamente, foi dar o seu passeio matinal. Encontrou um leopardo e perguntou-lhe: - Ouve lá, ó tu, quem é o rei da selva? O leopardo, a tremer, respondeu: - És tu, poderoso leão. Depois, encontrou uma hiena e perguntou-lhe: - Ouve lá, ó tu, quem é o rei da selva? - És tu, poderoso leão - respondeu a hiena, atarantada. Mais adiante, encontrou um gato do mato e perguntou-lhe: - Ouve lá, ó tu, quem é o rei da selva? - És tu, poderoso leão - respondeu o gato do mato, num grande pânico. A seguir, encontrou um enorme elefante e fez-lhe a mesma pergunta. O elefante nem lhe respondeu. Enrolou-o com a tromba e atirou-o de encontro a uma árvore. Meio desfeito com o embate, todo amachucado, o leão levantou-se com dificuldade e queixou-se: - Há bichos que são mesmos brutos. Lá porque não sabia responder, pedia-me para eu lhe fazer outra pergunta. Perguntar não ofende e não saber não é vergonha. Mas o elefante já ia longe e não o ouviu.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Fim Feliz ou Infeliz


Autor: António Torrado

Ilustrador: Cristina Malaquias

O abutre, no ar, e o chacal, na terra, têm uma grande parecença. Ambos se alimentam de detritos, restos putrefactos que os outros animais, mais destemidos na caça, abandonam, depois de saciados. Este gosto comum por tudo o que mete nojo é que os une.
Mas não lhe queiramos mal. Estes e outros bichos que tais, como o condor, que é da família do abutre, ou a hiena, parente próxima do chacal, são essenciais à vida. Não fossem eles e a carne em putrefacção ou os animais doentes contaminariam a natureza e provocariam epidemias.
Tudo certo, mas não deixam de ser repugnantes.
Na nossa história, o abutre e o chacal associados acompanhavam o rasto de uma velha zebra combalida. Faziam apostas:
- É para hoje - dizia o chacal.
- É para amanhã - dizia o abutre.
- Em qualquer dos casos, temos banquete para de aqui a um mês - concluia o chacal.
A zebra velha atardava-se e as restantes da manada encurtavam o passo, para se não despegarem dela.
Uma zebrinha, neta da zebra doente, animava-a.
- Coragem, avó. Já pouco falta até chegarmos ao rio.
- Não chego lá - queixava-se a velha zebra. - Sinto aproximar-se de mim o cheiro nojento do chacal.
Longe, espiando, o chacal avisou o abutre:
- A velha está a falar de mim.
- E o que diz? Diz bem? - quis saber o passaroco.
- O melhor possível - respondeu o chacal, com um riso maldoso.
A zebra encostou a cabeça à terra, pronta para tudo. Relançou um olhar resignado à volta, como que a despedir-se. Nisto reparou num pequeno cacto, encimado por uma flor roxa de pétalas carnudas. Chamou a neta:
- Vai colher-me aquela flor, mas, cuidado, não te piques.
A zebrinha trouxe-lhe a flor na boca.
- Abençoada flor - disse a velha zebra, mastigando-a, demoradamente, e deglutindo-a, depois, enquanto as lágrimas lhe escorriam pelo focinho.
- Está a chorar porquê, avó? - afligiu-se a neta.
- De felicidade - respondeu a zebra.
E explicou, então, que aquela flor era muito rara e tinha propriedades maravilhosas. Dava nova vida aos moribundos, força aos fracos, saúde aos doentes. Providencialmente, encontrara-a, quando já estava disposta a morrer.
A velha zebra saltou como nova. Cabriolou, trotou, galopou e tanto correu que a zebrinha teve dificuldade em acompanhá-la.
- Estás a ver o que eu estou a ver? - abismou-se o chacal que, de longe, a tudo assistira.
- Estou e não acredito - disse o abutre. - Fomos enganados. Esta história não devia acabar assim.
Talvez não, mas quem a escreveu teve de tomar partido. Um fim feliz para zebras e zebrinhas não pode ser um fim feliz para chacais e abutres.
É sempre assim, na vida.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Criado do Estrujeitante

Ouvir Aqui

Produção e voz: Luís Gaspar


"Hoje, vamos ouvir uma história que tem um título muito estranho. Aqui vai ele: “O criado do estrujeitante”. E o que vem a ser um estrujeitante? Ora, um estrujeitante ou estrejeitante é uma palavra antiga, usada no Minho e que quer dizer mágico, bruxo, feiticeiro, especialmente aqueles que são mestres em transformar coisas em pessoas ou pessoas em coisas ou animais.
Assim, a história de hoje tem estrujeitantes pelo meio.
Era uma vez um rapaz que foi procurar emprego. Chegou a uma casa onde lhe perguntaram se ele sabia ler e, tendo ele respondido que sim, disseram-lhe que o não queriam. Foi a outra casa e, tendo-lhe feito a mesma pergunta, respondeu que não e lá aceitaram-no. O amo dele era um estrujeitante - cá está a palavras difícil. O patrão do rapaz, um estrujeitante, de noite escrevia e o rapaz ia vendo o que ele escrevia sem que ele o suspeitasse.
Foi o amo uma ocasião para fora de casa e o rapaz leu-lhe todos os livros mágicos por onde aprendeu a estrujeitar e foi depois disso para casa dos pais. Quando a mãe o viu, disse-lhe: «Ai, filho, tu vens tão magro!»
Respondeu ele: «Deixe-se estar, que eu ainda hei-de engordar. Eu vou fazer-me em galgo e o pai leva-me à feira preso por uma fita, mas não venda a fita; traga-a, senão vende-me a mim.»
Foi à feira feito em galgo; juntaram-se muitos caçadores e compraram o galgo; queriam também comprar a fita, mas o pai não a vendeu e meteu-a no bolso.
Chegaram os caçadores que compraram o galgo a um monte e apareceu-lhes uma lebre; soltaram-lhe os cães todos mais o galgo; o galgo passou por um outeirinho, desaparecendo da vista dos caçadores, fez-se em homem e seguiu para os caçadores, que lhe perguntaram: «Ó homenzinho, viu passar por aqui um galgo?»
«Vi, vai aí adiante e tem pernas de prata.» disse o homem que era o rapaz
«Custou-nos tantas moedas.» - disseram os caçadores
“Ora, façam a tenção que elas foram como dadas.»
Chegou o rapaz a casa e disse-lhe o pai: «Ó filhinho, tu tardaste tanto!» «Escute, meu pai, que eu já andei à lebre. Amanhã há outra feira e eu hei-de ir lá fingido num cavalo; venda o cavalo caro, mas não venda o freio, senão vende-me a mim.»
Foi o pai à feira; mas estava lá o antigo patrão que conheceu o rapaz no cavalo e o comprou por todo o dinheiro, teimando em levar o freio; juntou-se muita gente que teimava que ele tinha comprado freio e o cavalo, de modo que o pai não teve remédio senão deixar ir também o freio.
O amo entregou o cavalo a um criado e, apontando-lhe para uma certa fonte, disse-lhe: «Tu não me deixes chegar o cavalo àquela fonte, senão eu mato-te.»
Não passava ninguém ao pé que não gabasse o cavalo; o cavalo queria beber, saltava muito e todos pediam ao criado que deixasse ir beber tão lindo animal. O cavalo, assim que apanhou o criado descuidado, saltou por cima dele e foi para a fonte e fingiu-se num peixe e meteu-se pela fonte dentro. Chegou o amo e, não vendo o cavalo, ficou muito zangado; ralhou muito com o criado; juntou-se gente que disse ao mágico: «Ele não teve culpa, senhor, porque o cavalo saltou por cima dele, fez-se num peixe e meteu~se pela fonte dentro.»
Nisto o estrujeitante fingiu-se numa lontra; meteu-se pela fonte dentro para comer o peixe; o peixe fingiu-se numa pomba e fugiu; a lontra fingiu-se num milhafre para comer a pomba; quando o milhafre ia quase a apanhar a pomba, ela viu umas senhoras numa janela, fez-se numa maçã e caiu na saia de uma das senhoras. O milhafre fez-se em homem e começou a pedir a maçã às senhoras. Elas disseram-lhe que não lha davam, que aquela maçã tinha caído do céu. Então o homem disse para elas: «Oh, minhas senhoras, dêem-me essa maçã, que eu morro se não ma derem.» E pôs-se a chorar e tanto pediu que elas iam a dar-lha; nisto a maçã fingiu-se em grãos de milho e caiu-lhe de entre as mãos.
O estrujeitante fingiu-se numa galinha de pintos para comer o milho e o milho juntou-se muito juntinho e transformou-se numa raposa, que comeu a galinha e os pintos. Depois disto fez-se em homem e foi para casa. Disse-lhe o pai: «Ai, filho, que te demoraste tanto!» «Olhe, meu pai: você podia ficar rico, mas mil forças que eu tivesse, poucas eram para ralhar consigo, porque você pela sua fraqueza de vender o freio foi a causa de eu ver a morte muitas vezes ao pé de mim.»
E assim, com um ralhete ao pai descuidado, acaba a história. "

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Um Bichinho Diferente


Aprender também pode ser divertido!!!

A Pantera e o Leão


Autor: António Torrado
Ilustrador: Cristina Malaquias

Esta história contou-ma um amigo meu que esteve em África. Fala de panteras e de leões.
A pantera tinha caçado um cabrito. Preparava-se para comê-lo, quando apareceu o leão.
- Pantera, não toques nesse cabrito - rugiu o leão.
- Mas fui eu que o cacei - protestou a pantera.
- Não toques, já disse. Eu é que mando. Eu é que decido.
Como se vê, o leão abusava do seu título de rei da selva.
A pantera não quis teimar mais. Mas o caso não ficava assim…
Matutando no que havia de fazer para recuperar o seu cabrito, a pantera foi ter a uma praia cheia de conchas. Aí estava uma ideia!
A pantera recolheu uma quantidade de conchas, enfiou-as num cordão e voltou para junto do leão, que estava a dormir. Já tinha comido metade do cabrito.
Sem ruído, a pantera aproximou-se do leão e pôs-lhe ao pescoço o colar de conchas. Vendo que o dorminhoco estava com o sono ferrado, quebrou perto um arbusto. Tréquele!
O leão acordou em sobressalto e sacudiu-se. O barulho das conchas a chocarem-se umas de encontro às outras acompanhou-lhe os movimentos. O leão, sem perceber do que se tratava, desatou a correr. Quanto mais corria, mais o barulho das conchas o perseguia…
Então a pantera acabou de comer, muito descansadamente, o resto do cabrito.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Dia da Amizade




Esta é a definição de amizade para nós..E qual é a vossa???

Jogo das fichas coloridas


É importante desenvolver as competências incluídas no bloco de Números e Cálculos que deve permitir que todos os alunos entendam os números, a forma de os representar, as relações entre eles, o sistema de numeração, efectuem cálculos com facilidade e façam estimativas aceitaveis. Ao serem adquiridas estas competências as crianças vão adquirindo progressivamente o sentido numérico. É importante lidar também com os números de forma lúdica!!!

Para a realização desta actividade são necessárias fichas coloridas (vermelho e azul, por exemplo), dois dados normais, uma grelha para anotar os resultados, lápis e borracha. A grelha pode ser por exemplo,esta. Para jogar define-se um valor para cada cor, por exemplo, azul-unidade, vermelho-dezena e anotam-se os resultados que se obtêm nos dados e fazem-se as trocas correspondentes. Ex: Sai o valor 11 nos dados, o aluno recebe 11 fichas azuis e automaticamente identifica a troca correspondente, ou seja, 1 ficha vermelha e uma ficha azul, anotando na sua grelha os valores. Divirtam-se a aprender!!